Letra: José Augusto Meira Dantas
Música: José Domingos Brandão
Letra:
Rio Grande do Norte esplendente
Indomado, guerreiro e gentil
Nem tua alma domina o insolente
Nem o alarde o teu peito viril!
Na vanguarda, na fúria da guerra
Já domaste o astuto holandês!
E nos pampas distantes quem erra
Ninguém ousa afrontar-te outra vez!
Da tua alma nasceu Miguelinho
Nós, como ele, nascemos também
Do civismo no rude caminho
Sua glória nos leva e sustém!
A tua alma transborda de glória!
No teu peito transborda o valor!
Nos arcanos revoltos da história
Potiguares é o povo senhor!
Foi de ti que o caminho encantado
Da Amazônia Caldeira encontrou
Foi contigo o mistério escalado
Foi por ti que o Brasil acordou!
Da conquista formaste a vanguarda
Tua glória flutua em Belém!
Teu esforço o mistério "inda" guarda
Mas não pode negá-lo a ninguém!
É por ti que teus filhos descantam
Nem te esquecem, distante, jamais!
Nem os bravos seus feitos suplantam
Nem teus filhos respeitam rivais!
A tua alma transborda de glória!
No teu peito transborda o valor!
Nos arcanos revoltos da história
Potiguares é o povo senhor!
Terra filha de sol deslumbrante
És o peito da Pátria e de um mundo
A teus pés derramar trepidante
Vem atlante o seu canto profundo!
Linda aurora que incende o teu seio
Se recama florida e sem par
Lembra uma harpa, é um salmo, um gorjeio
Uma orquestra de luz sobre o mar!
Tuas noites profundas, tão belas
Enchem a alma de funda emoção
Quanto sonho na luz das estrelas
Quanto adejo no teu coração
A tua alma transborda de glória!
No teu peito transborda o valor!
Nos arcanos revoltos da história
Potiguares é o povo senhor!